sexta-feira, novembro 02, 2012

Conheça Ribeirão Da Ilha, Florianópolis SC Brasil



No ano de 1748 teve início o processo de colonização açoriana da Ilha de Santa Catarina. Depois de um edital de recrutamento de Portugal, que oferecia vantagens para as pessoas do arquipélago de Açores virem para o Sul do Brasil, seis mil portugueses desembarcaram na antiga Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis.

Quatro mil deles ficaram pela região e dois mil foram descendo o litoral rumo ao Estado do Rio Grande do Sul. Entre 1748 e 1756, os açorianos fundaram municípios como Garopaba, Laguna e Porto Alegre (RS), por exemplo. O arquipélago de Açores, formado por nove ilhas, tinha em 1746 cerca de 150 mil habitantes.

Na época, Desterro contava com apenas 300 habitantes, entre nativos, índios Carijós e náufragos de embarcações que afundaram nas águas próximas da Ilha. Os açorianos chegaram e se espalharam pela região, quando começaram a dar características definitivas a uma das primeiras comunidades de Florianópolis, chamada de Freguesia do Ribeirão da Ilha. Em 1760, havia 60 casais na localidade.

Hoje, apesar de ter crescido, o lugar ainda é muito tranqüilo e guarda a arquitetura colonial. O passeio pelo Ribeirão da Ilha, como atualmente é conhecido este distrito da Capital, rende uma ótima aula de história. A igreja Nossa Senhora da Lapa, fundada em 1806, é uma opção de visita. Além disto, no caminho que leva ao lugar o visitante pode desfrutar de paisagens que lembram a simplicidade das cidadezinhas de interior, com casinhas coloridas e muito mato.

Várias prainhas acompanham todo o trajeto pelo distrito, com o mar calmo da Baía Sul oferecendo condições ideais para passeios de caiaque, canoa e outras pequenas embarcações. A principal prainha está localizada bem no centrinho, em frente à Praça Hermínio Silva. Na praça, bem arborizada, há mesas com tabuleiros de xadrez e damas, onde moradores sentam para jogar e apreciar a paisagem, com o mar e os morros do Continente ao fundo.

Outra alternativa de passeio na região é conhecer o Sertão do Peri, pequena comunidade escondida entre os morros do Ribeirão e do Pântano do Sul. O acesso é precário e tem uma subida íngrime. Pode-se ir de carro, mas nos dias de chuva poucos conseguem subir. Este também é um caminho alternativo para se chegar à praia do Pântano. No Sertão, a beleza da mata fechada impressiona e bandos de gralhas azuis são vistos voando com frequência.

No Ribeirão, existem poucas opções gastronômicas, mas alguns pontos com criação de ostras e mariscos estão instalados. Basta observar as placas que estão colocadas ao longo da estrada para que se possa comprar frescos estes frutos do mar. Como apenas uma rua atravessa o distrito, facilmente se encontra bares e mercearias para uma rápida parada.

Ecomuseu vai virar complexo turístico

Para melhor entender a história da colonização açoriana da Ilha de Santa Catarina, o visitante que chegar ao Ribeirão da Ilha não pode deixar de conhecer o Ecomuseu, que fica após o centrinho da comunidade, em um terreno amplo na beira do mar.
Em seis anos, os proprietários da área querem transformar o local em um complexo turístico, que já conta com pousada e restaurante. O museu está instalado em uma casa clássica, cujo alicerce foi construído no ano de 1830. Em 1921 ela foi
restaurada. No local estão guardadas peças com idade média de 200 anos.

São redes de pesca feitas de corda, bóias de cortiça e catuto, bacias de banho, gramofone, tear usado para fazer roupas e panos, presépio açorita feito pelos escravos e açorianos, além de uma pedra Mó, de origem vulcânica, trazida dos Açores e utilizada para fazer massas de pão e bolo. O museu ainda guarda um braço de ferro para iluminação elétrica, que foi o primeiro usado na Praça 15, no Centro da Capital, em 1910.

Entre as peças mais antigas, existem tijolos da Fortaleza de Anhatomirim, feitos com barro em 1739. Estes tijolos, também aplicados na construção das casas da época, eram ligados uns aos outros com óleo de baleia. Ao lado do museu está montado um engenho de farinha de mandioca, original de 1890, inventado pelos açorianos e movido a boi. O engenho está coberto por telhas de barro que eram feitas com as coxas dos escravos utilizadas como forma. No terreno do Ecomuseu estão espalhadas árvores nativas muito antigas, como uma jabuticabeira de 1890 e uma pitangueira de 1900, além de vários tipos de orquídeas.

Localização:
Costa Sul da Ilha de Santa Catarina, lado voltado para o Continente, distante 36 quilômetros do Centro da Cidade.

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